A BRIVAC realizou o I Simpósio Regional do Manejo Integrado do Fogo da Chapada dos Veadeiros, no município de Cavalcante, Goiás, inspirado no manejo, cultura e ecologia do fogo. O evento ocorreu nos dias 13, 14 e 15 de maio de 2024 e contou com a presença de 22 palestrantes, 20 diferentes instituições públicas, sociedade civil, universidades, iniciativa privada, comunitários, analistas e técnicos ambientais e brigadistas, totalizando aproximadamente 100 pessoas.
O município de Cavalcante possui extensão territorial aproximada de 7 mil km², sendo 80% do seu território coberto por vegetação de Cerrado original, entre áreas de savanas e cobertura florestal (Mapbiomas/2023), constituindo assim, um complexo mosaico de áreas protegidas, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, APA do Pouso Alto, Território Quilombo Kalunga, Quilombo São Domingos, RPPNs e assentamentos, sendo apenas 3% do seu território fora do escopo de áreas protegidas e unidades de conservação.
Sabendo que Cavalcante possui relação histórica com o fogo, desde seu uso tradicional pelas comunidades locais, como também pelo histórico de incêndios na região, onde o fogo permeia os costumes da cultura local, oportunizou a Cavalcante maior integração entre aqueles que fazem a gestão do fogo no território: comunidades, orgãos públicos, como as brigadas federais do Prevfogo/IBAMA e ICMBio/PNCV, orgãos estaduais, como a SEMAD e CBMGO, além das brigadas voluntárias e brigadas comunitárias.
Este cenário, rico em biodiversidade, tem sido preservado ao longo dos seus quase 200 anos de existência, desde a sua fundação, em 1831, como município. Acreditamos que Cavalcante, tendo 80% da população vivendo em área rural, constituída por diferentes comunidades tradicionais, permitiu um convívio mais harmônico com a preservação ambiental e formas menos predatórias do uso do solo.
O fogo está diretamente relacionado ao modo cultural de viver dessas comunidades, suas estratégias e tecnologias ambientais. A BRIVAC entende e interage com a comunidade a partir do sentimento de valorização e pertencimento, sendo assim imprescindível abordar o manejo integrado do fogo a partir da integração dessas representatividades locais e do seu modo de vida tradicional.
Neste cenário, temos a educação ambiental, o engajamento comunitário, a capacitação e a pesquisa como principais ferramentas de gestão do fogo, reunindo o conhecimento técnico e científico aos conhecimentos tradicionais – são esses os princípios do Manejo Integrado do Fogo, metodologia que melhor soluciona os fatores de risco aos incêndios e impactos negativos do fogo no Bioma Cerrado.
O simpósio trouxe uma abordagem inclusiva e popular, proporcionando ampla participação de pessoas afins, entes públicos, privados, sociedade civil, pesquisadoras, indígenas e comunitários kalungas, cumprindo importante papel na integração, instrução, conscientização e educação ambiental.
O evento teve como objetivo estratégico a preparação anterior ao período crítico (seca), fortalecendo as parcerias institucionais envolvidas no cenário dos incêndios florestais, abordando o manejo com o fogo e seus aspectos culturais e ecológicos, dentro do âmbito do Manejo Integrado do Fogo e emergências ambientais, além de proporcionar a integração com a comunidade, produtores rurais, RPPNistas e compartilhar informações sobre as atividades realizadas no cenário do fogo no território, no país e no mundo.
Confira abaixo a matéria completa, o relatório e alguns registros do simpósio:
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